Na hora da partida agarrei a porta da casinha, depois me agarrei ao tronco da velha castanheira e fui seguindo me agarrando a tudo que via a
tudo que pertencia a mim, por direito, naquela cidadezinha...
e como menina teimosa, me soltei da mão da minha mãe e saí correndo dali...
eu não queria ir...e quando a estação apitou a saída do trem que me levaria ,fui empurrada para dentro de uma nova história que começaria a
partir dali...e enquanto ele me levava, pela minúscula janela,fui me despedindo da paisagem ...de cada árvore, de cada ovelha, do riozinho
que nascia longe, longe,mas que corria livre pelos fundos das casinhas da minha aldeia....de cada florzinha plantada à beira da estrada...das
casas simples e branquinhas contrastando com o verde das pastagens...
fui,lutei,sofri ,chorei e voltei em busca do começo...
na minha chegada ,aspirei o ar daquele lugar que um dia tão triste eu havia deixado, e segui em busca do meu passado, dos meus
companheiros,da minha velha escola e da minha velha infância...já quase nada havia do que eu deixara...meus velhos amigos haviam sido
feitos,pelo esmerilhar contínuo do tempo, apenas conhecidos...outros ainda,haviam também partido,a castanheira havia morrido...
De repente, me vi frente à janela da velhinha que na minha partida gritara ,me acenando seu adeus de lenço branco:
"Não chore! Quando você voltar, todos estarão aqui”...
E quando fui ao seu encontro para que me explicasse tantas perdas e tanta saudade em mim,ela também já não estava mais ali!
Algumas pessoas sonham ter asas!Outras precisam apenas de raiz!
Agnes Flores
Presente da querida Isis Tonelli,pelo facebook...Obrigada!!!
Um comentário:
Bom dia minha querida..
eu como virginiano que sou ainda sou bem enraizado por aqui...
pés no chão.. mas uma hora espero abrir as asas e ir ai dar um abração em tu viuuuuuu
beijos meus querida Crista
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